sábado, março 27

Mamãe o circo chegou

Palmas para o circo!
Novidade! O circo chegou! Vai ficar aqui perto de casa mamãe, ali naquele terreno vazio. Eu vou, não vou mamãe?
Procurei logo passar por perto para ver o circo e depois contar a novidade para todo mundo. Ai que legal! Quando vai começar o espetáculo? Alguém sabe? Sábado agora? Quem te falou?
Dia seguinte o carro do circo passou com o palhaço pelas ruas, anunciando no alto-falante a estréia. Corri para a rua para ouvir melhor. Meu Deus, é sábado que começa mesmo! Amanhã, depois da escola, passo mais uma vez por lá para ver se o circo já está armado.
Sábado é lógico, fui uma das primeiras a chegar e ficar conhecendo tudo e todos mais de perto. A moça que vende ingresso, o bebê Alexandre, filho da Sra. Alda, dona do circo, seu irmão palhaço Berro Grosso e a mulher Antônia. Criança é curiosa e acaba se chegando.
Na hora do espetáculo, olhos atentos e alegria, alegria, festa. Magia. Adoro! Até hoje.
Outro dia já vira amizade. Vida diferente, até divertida esta de viver em barraca, treiller. Sempre chegando e indo embora. Laços fortes destas pessoas do circo, deste circo que conheci de perto quando criança. Eram unidas, sinceras, amigas, gentis, alegres e ficaram eternas em minha mente e coração. Por isso, admiro e respeito demais estes artistas do circo que trazem alegria para tantos corações e tantas vidas.
Muitos anos depois, este circo retornou à minha pequena cidade, no interior de Minas e foram perguntar para a minha mãe por mim. Dona Alda e Berro Grosso também ainda se lembravam de mim, meu nome. Minha mãe deu notícias de mim distante. Nossa mamãe é mesmo? Eles são da Bahia? Aqui pertinho de Aracaju. Não sabia naquele tempo.
O tempo passou e muitos... muitos dias, anos. Um dia já vira amizade, outro dia já vira saudade.
Esta é minha mais remota e viva lembrança do circo e dos meus amigos palhaços, mágico, equilibristas, trapezistas, dançarinas...
Palmas para o circo! Hoje é seu dia e sempre será.
Professora Carla Fernanda

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